No Brasil, 94% das pessoas não se sentem preparadas para a aposentadoria

SÃO PAULO - Os brasileiros estão entre as pessoas que mais se sentem despreparadas financeiramente para a aposentadoria. Segundo o estudo O Futuro da Aposentadoria, feito pela HSBC Seguros, 94% das pessoas do País não se sentem preparadas. O número só não é maior que o registrado na Coreia do Sul e no Japão, de 98% e 97%, respectivamente.
 
O índice brasileiro também está acima da média global, de 87%. Também estão acima da média locais como México (92%), China (91%), Cingapura (91%), Hong Kong (89%) e Turquia (89%).
No levantamento, a Índia se destaca como o país que se sente mais preparado financeiramente, com apenas 58% das pessoas admitindo a falta de um melhor preparo. Em seguida aparece o Reino Unido, onde 75% das pessoas não se sentem preparadas.
 
Sem conhecimentos
Entre a população mundial, além dos 13% que se dizem muito bem preparados, 43% afirmam que já fizeram algum planejamento, mas não sabem qual será a renda da aposentadoria.
Já 29% afirmam que não fizeram planejamentos e também não sabem qual será a renda que terão, enquanto outros 14% se dizem totalmente despreparados, sem terem feito nenhum planejamento.
 
Homens e mulheres
Considerando os resultados globais, 15% dos homens se sentem mais preparados enquanto entre as mulheres esse índice é de 11%. Já entre aqueles que têm um planejamento, mas não sabem qual será a renda, os índices são de 44% para eles e 42% para elas.
Por sua vez, entre os despreparados, são as mulheres que apresentam os maiores índices: 30% delas não fizeram muitos planejamentos e desconhecem a renda que terão ao aposentar-se, e outras 16% não planejaram nada. Entre os homens, esses índices são de 28% e 12%, respectivamente.

Vocações

Texto: Vocações 
 Por Luís Fernando Veríssimo
* Publicado no Jornal do Brasil.

Com o fim do ano escolar e a aproximação dos vestibulares, o pensamento dos jovens se vira para assuntos sérios como o futuro enquanto seu corpo tenta convencê-lo a só relaxar e aproveitar as férias. É a velha luta entre neurônios e hormônios chamada adolescência, tornada mais grave pelo calor e a obrigação de decidir o que se vai ser na vida. É quando os jovens precisam pensar na sua vocação.
 
A vocação envolve questões como genética x cultura, hereditariedade x influência do meio – enfim, esse antigo torneio de teorias que nunca se decide. Por que certas pessoas "dão" para certas coisas e outras não? Mais especificamente, por que eu sou um zero em matemática enquanto tantos à minha volta não só sabem fazer contas como gostam? Meu cérebro já nasceu decidido a rechaçar qualquer tentativa de introduzirem nele a raiz quadrada ou isso foi uma decisão minha que ele acatou? O fato é que há pessoas que querem ser dentistas desde pequenas e outras que não apenas não concebem como alguém possa ter uma vocação assim como têm que se controlar para não morder seu dedo, revoltadas.
 
Há anos que se discute a divisão entre a cultura científica e a cultura humanística e é quase como se falassem de duas raças humanas diferentes. Os que defendem que a divisão não é genética sustentam que não dá para saber, pelo comportamento da criança até os seus 5 anos, se ela vai ser de uma cultura ou de outra. Se o garoto gosta de abrir a barriga do ursinho tanto pode significar que ele vai ser um cirurgião ou um médica legista quanto que vai ser filósofo e estripador nas horas vagas. O meio é que determina a vocação e o destino. Condicionado pelo meio, o filho de um médica teria naturalmente mais chances de ser um médico também enquanto o filho de um filósofo estripador teria muito mais chances de acabar na cadeia, ou escrever um livro de memórias sensacional. Já outros sustentam que a genética é tudo e que no espermatozóide que fecunda o óvulo já está o contador ou o poeta, o advogado ou o engenheiro, o ator ou (por alguma razão) o dentista. E há os que garantem que o espermatozóide não decide nada, pode chegar no óvulo com os planos que quiser, cheio de ânimo e moral – afinal, derrotou milhões de outros espermatozóides na corrida para ser o primeiro, é natural que se sinta um vencedor e capaz de tudo – pois quem decide mesmo é o óvulo.
– Presidente da República coisa nenhuma. Contrabaixista e numismata.
– Mas, mas... – tenta protestar o espermatozóide.
– Quieto. Lembre-se de que você é o intruso aqui. Eu estou em casa. E na minha casa mando eu!
 
Seja por influência do meio ou por compulsão genética, o fato é que a partir de uma certa idade nós todos sabemos se queremos abrir barrigas ou não. É verdade que muitas vezes a pessoa chega ao vestibular sem uma idéia muito clara do que vai ser:
– Estou entre Letras, Educação Física e Oceanografia...
 
Mas o comum é a pessoa saber pelo menos se é da raça científica ou da humanística e depois escolher entre as opções de cada uma. O que não impede os mal-entendidos. Lembro como eu gostava daqueles problemas matemáticos com historinha, tipo "Se um trem sai de uma estação a tal hora viajando a tantos quilômetros por hora e outro sai de outra estação a tantos quilômetros de distância na mesma hora e na mesma velocidade mas o maquinista precisa passar em casa e perde cinco minutos..." ou "Se uma mãe tem três pedaços de laranja para repartir entre cinco filhos..." Cheguei a pensar que meu cérebro gostava de contas e minha vocação era para ciências exatas, até me dar conta de que eu não gostava de matemática. Gostava era das historinhas.

Festival de harpas atrai multidões na capital do samba

RIO DE JANEIRO, Brasil (AFP) - Conhecido internacionalmente pelo samba e pelas belas paisagens, neste mês de maio, o Rio de Janeiro trocou o tradicional ritmo brasileiro pela música clássica e aproveitou o cenário natural para abrigar um dos maiores festivais de harpa do mundo - que, em sua quarta edição, é um surpreendente sucesso de público.

Com mais de 90 concertos - todos gratuitos - realizados em cartões-postais da cidade como o Pão de Açúcar, o morro do Corcovado, o Forte de Copacabana e o Jardim Botânico, o Festival Internacional de Harpas do Rio de Janeiro, que tem um mês de duração, já registra um público de mais de 15.000 pessoas apenas nos primeiros 15 dias.

"Até o fim do mês, devemos dobrar o público do ano passado", estimou à AFP Sérgio da Costa e Silva, diretor do festival. Em 2008, as apresentações atraíram mais de 20.000 pessoas.

"O Festival de Harpas do Rio é um dos maiores do mundo, e coloca o Rio de Janeiro e o Brasil no circuito mundial da música clássica", afirma.

Com média de três concertos por dia em locais diferentes da cidade, a organização do festival geralmente precisa correr para resolver um problema inversamente proporcional ao sucesso da iniciativa: a escassez de harpas.

Por ser um instrumento delicado e difícil de carregar, muitos harpistas - são 33, de 25 países - preferem deixar seus instrumentos em casa, e a maioria precisa se apresentar com uma das duas harpas disponibilizadas pelo festival.

"Só temos duas, infelizmente. Uma é nossa (...). A outra foi emprestada pela Orquestra Sinfônica Brasileira. É uma correria", explica Costa e Silva, enquanto coordena o transporte de uma delas ao fim de um dos concertos, para que o instrumento chegasse a tempo a outra apresentação.

Para Francisco Ávila, que acompanha o festival desde sua criação, em 2006, esta é uma das poucas oportunidades que os apreciadores da música clássica têm para ver boas apresentações na cidade.

"Deveria haver mais ações como este festival. Não é verdade o que dizem, que são poucos os que gostam da música clássica. Nós somos muitos, mas somos uma multidão silenciosa", diz Francisco, que assistia a uma apresentação ao lado da mulher, Rosa.

"Nós sempre vamos, acompanhamos tudo o que podemos do festival e de outras séries de apresentações", conta ela.

O casal acabava de assistir ao concerto das americanas Cathy Victorsen, harpista, e Jane Strauman, flautista, que tocaram acompanhadas pela Banda Sinfônica do Corpo de Fuzileiros Navais do Rio de Janeiro e pelo coral infantil e adulto do Instituto da Ópera, uma ONG que ajuda crianças pobres através da música.

"Foi mágico", diz Jane. "O público foi maravilhoso, parecia que nós estávamos tocando na sala de estar de alguém. Fomos muito bem recebidas".

Antes da apresentação, na Sala Cecília Meireles, na Lapa - bairro conhecido pelas dezenas de casas noturnas de samba - uma multidão fazia fila na porta em busca de um dos 800 ingressos, que se esgotaram rapidamente.

Na tradicional cinamateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM), a fila para a apresentação do trio brasileiro Silvia Braga (harpa), Gilson Peranzetta (piano) e Mauro Senise (flauta e saxofone) tinha mais que o dobro da capacidade do espaço. Algumas pessoas assistiram ao concerto sentadas no chão, e muitas precisaram voltar para casa, como viu um jornalista da AFP.

Uma das apresentações mais disputadas do festival até agora foi a da célebre harpista espanhola Maria Rosa Calvo-Manzano, no palácio da Ilha Fiscal, outro belo ponto turístico carioca.

"O festival é ótimo porque alia duas coisas: os lugares bonitos do Rio e a boa música", elogia Thereza Carvalho, professora de educação artística. "A harpa me parecia distante das pessoas, mas o que eu vejo aqui é um interesse enorme".

Pro Uni

Como funciona
Você deve se cadastrar no site do ProUni e para isso deve atender alguns pré-requisitos: - Ter feito o Exame Nacional do Ensino Médio – Enem - daquele ano (se você for concorrer a uma bolsa para o ano de 2010, deve ter participado do Enem em 2009);
- Ter conseguido uma pontuação mínima de 45 pontos neste Enem (soma da nota da prova objetiva e redação, divididas por 2);
- Ter cursado o Ensino Médio em escola pública ou em escola particular como bolsista integral;
- Ter renda familiar por pessoa comprovada de até um salário mínimo e meio para bolsa integral e até três salários mínimos para a parcial;
Em seguida, uma comissão do Ministério da Educação avalia as inscrições e determina quem tem direito às bolsas.
Vale lembrar que boas notas no Enem são fundamentais para a classificação no ProUni, e, conseqüentemente, na distribuição das bolsas (O melhor classificado poderá escolher o curso e a faculdade onde quer estudar).

Inscrições

-Na hora de fazer a inscrição, o candidato indica 5 opções de curso, em instituições diferentes ou não, dependendo de sua classificação no ProUni,você poderá escolher uma delas.

Confira maiores informações no Site do ProUni: http://prouni-inscricao.mec.gov.br/prouni/default.shtm
Siga em frente com os Estudos!

Enquanto o sucesso não está garantido, estudantes investem também em carreiras mais seguras

RIO - Motorista prevenido sempre mantém um estepe bem conservado dentro do carro, certo? Pois gente que quer seguir a carreira artística, mas ainda não alcançou o sucesso esperado, anda fazendo algo parecido. Só que o estepe, nesse caso, é uma segunda profissão. Baterista da banda Scracho, Débora Teicher, de 20 anos, por exemplo, está prestes a se formar em Engenharia de Produção na PUC-Rio.

 

- Escolhi Engenharia para ter uma alternativa profissional de que eu goste, se a música, que é o meu grande sonho, não der certo. Tenho que me desdobrar por causa de faltas, de provas, e ainda convencer meus professores de que a banda não é só uma diversão - conta ela, que chegou a estagiar por seis meses para garantir um bom currículo de engenheira e não sair da faculdade sem experiência.

Débora comemora a boa fase do grupo, do qual faz parte há dois anos e meio - convidada pelo amigo Gabriel Leal, que se formou no mesmo curso. Ano passado, a banda (cujo vocalista, Diego Miranda, entrou agora em Comunicação Social na PUC-Rio) foi indicada como revelação no Prêmio Multishow e teve a música "Divina comédia" na trilha de "Malhação":

 

- As coisas estão começando a fluir para nós. Este ano, vamos lançar o segundo disco da banda com o apoio de uma gravadora, e teremos mais de infraestrutura de divulgação. Estamos longe de conseguirmos pagar as contas, mas animados com as perspectivas - diz Débora.

Unir a formação acadêmica com a música foi mais fácil para Bruno Muniz, de 24 anos. Formado em Economia na Uerj e mestrando em Antropologia na UFRJ, ele vai fazer sua dissertação sobre dub - gênero musical da sua banda, Laranja Dub, que lança seu primeiro disco este ano.

 

- Enquanto a banda não deslancha, vivo do dinheiro da minha bolsa de estudos e do aluguel de equipamento de som para eventos que a banda conseguiu montar - diz ele. - Pretendo continuar meus estudos no doutorado. Vou conciliar as duas coisas até uma demandar mais de mim.

Seus companheiros de banda seguem a mesma cartilha. Tiago está terminando licenciatura em Biologia na UFF e dá aulas, assim como o guitarrista Diego Furnieri. Já o vocalista Cláudio Serrano cursa licenciatura em Música na Unirio.

 

- Vamos tocar a banda enquanto ela for viável, e ela tem sido cada vez mais. Mas, se chegar um momento em que não der mais para continuar, cada um pode seguir com a sua profissão - diz Tiago.

" Vamos tocar a banda enquanto ela for viável, e ela tem sido cada vez mais (Tiago/Laranja dub) "

 

Estudante no segundo período de Cinema na PUC-Rio, Júlia Stockler, de 20 anos pensa em fazer Artes Cênicas, mas conta que optou pelo seu curso atual por achar melhores as perspectivas profissionais. Atriz do Tablado desde os 10, ela terminou recentemente de filmar "Amazônia Caruana", com Tizuka Yamasaki, e está com um projeto de encenar "Os miseráveis", de Victor Hugo.

 

- Não conseguiria escolher um curso que não tivesse nada a ver com o que eu faço agora, mas pensei em algo que pudesse ser mais rentável.

 

Para Sandra Korman, coordenadora do departamento de Comunicação da PUC-Rio e especialista em planejamento profissional, o "plano B" tem que ser igualmente prazeroso:

 

- Quem faz Administração e tem uma banda, por exemplo, pode usar o que sabe no seu projeto, pois a música não deixa de ser um empreendimento. Na hora de escolher uma carreira alternativa, é preciso que seja uma escolha que faça sentido para a pessoa, mesmo que não tenha nada a ver, e não uma obrigação.

Informática é o curso profissional mais procurado.

 
IBGE:
Informática é o curso profissional mais procurado.
22 Mai 2009
 
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou hoje levantamento que revela que o curso de qualificação profissional mais procurado, em 2007, era o de informática (45,5%), seguido por comércio e gestão (11,5%). A rede privada de ensino atende a maioria dos alunos da educação profissional no País. O estudo, referente a 2007, revela que 53,1% das pessoas de 10 anos ou mais de idade que frequentavam em 2007 ou haviam frequentado anteriormente cursos desse tipo foram atendidas por instituições particulares, enquanto 22,4% por instituições públicas e 20,6% pelo Sistema S de ensino (Senai, Senac, Sebrae etc.).
 
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Ainda de acordo com o IBGE, 10,2% dos que já se inscreveram em um curso profissionalizante não concluíram os estudos e, desse total, 25,5% citam os problemas financeiros como principal motivo da desistência. O estudo mostra também que, entre os 6 milhões de pessoas de 10 anos ou mais de idade que frequentavam, em 2007, algum curso de educação profissional, 80,9% estavam no segmento da qualificação profissional e 17,6%, em cursos técnicos de nível médio.
 
Somando os que frequentavam com os que já haviam frequentado curso de educação profissional (35,6 milhões de pessoas), a divisão se repetia: 81,1% estavam no segmento da qualificação profissional; o curso técnico de nível médio representava 18,2% do total; e a graduação tecnológica, 0,7%. O estudo, intitulado "Aspectos Complementares da Educação de Jovens e Adultos e Educação Profissional" é um suplemento da Pnad 2007 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), realizado pelo IBGE, em convênio com o Ministério da Educação.

Enviado pela aluna do curso de "Formação em Op e Gestão de Carreiras": Elisabete Fernandes.
 

PROIBIDO EXIGIR MAIS DE MEIO ANO DE EXPERIÊNCIA

 
 
PROIBIDO EXIGIR MAIS DE MEIO ANO DE EXPERIÊNCIA
 
Nova lei busca aumentar oportunidades de emprego para jovens.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou uma lei que proíbe aos empregadores, na hora de contratar um novo funcionário, exigirem do candidato experiência superior a seis meses em função semelhante.
 
A proibição foi incluída na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e busca tornar o mercado de trabalho mais acessível aos jovens, ampliando as oportunidades profissionais.
A medida, que já está em vigor, divide especialistas. Para o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Márcio Pochmann, embora esse tipo de iniciativa não gere emprego, servirá para tornar o mercado de trabalho mais competitivo.
 
- Você aumenta as possibilidades de os jovens disputarem as vagas. Segundo Pochmann, de cada 10 trabalhadores à procura de uma vaga, apenas dois têm algum tipo de experiência. E um em cada dois desempregados tem menos de 25 anos.Na avaliação do consultor do Orçamento na área de Trabalho e Previdência da Câmara dos Deputados, Leonardo Rolim, a nova lei não terá efeitos práticos. Para ele, as empresas não vão se guiar por exigências legais e continuarão escolhendo o profissional mais experiente.- É um dispositivo inócuo. A empresa não vai exigir, mas na hora de selecionar vai optar por quem tem mais experiência, principalmente quando se tratar de uma área com oferta de mão-de-obra - explica Rolim, que defende políticas públicas de apoio à aprendizagem e ao estágio para aproximar mais as pessoas sem experiência dos empregadores.
 
(Fonte: Jornal Zero Hora - Porto Alegre)
 

Salario de executivos brasileiros teve alta de 42% em 2003

Salario de executivos brasileiros teve alta de 42% em 2003

Uma pesquisa realizada pelo jornal Valor mostra que a remuneração da elite dos executivos nacionais subiu 41,9% em 2003. A análise foi feita com base nos documentos enviados por 31 companhias brasileiras de grande porte à Securities and Exchange Comission (SEC), órgão que regula o mercado de capitais nos Estados Unidos.
A variação dos salários auferidos pelos administradores brasileiros é superior a registrada nas empresas americanas, que no ano passado foi de 9,1%. Dentre as empresas que mais bem remuneraram seus executivos, os bancos ocupam a primeira posição. Dois fatores explicam a alta dos salários em tempos de crise:

1) Lucro maior. Nas 31 companhias que foram alvo da pesquisa o lucro cresceu 163% em relação ao ano anterior
2) Fator talento. Em um período de dificuldades, talentos são valorizados. As grandes empresas aceitam pagar mais para retê-los.

http://vocesa.abril.com.br/aberto/meudinheiro/pgart_01_19072004_44278.shl

87% das pessoas empregadas estão insatisfeitas com seu trabalho.

“Nunca vi ninguém ser rebaixado, demitido ou preterido por causa da falta de competência técnica. Mas tenho visto muitas pessoas serem prejudicadas por causa de precariedade de julgamento e caráter”. – Warren Bennis

Já faz algum tempo que uma das maiores preocupações, no Brasil e em muitos países do mundo, é a possibilidade de demissão. Mesmo assim, estudos mostram que 87% das pessoas empregadas se dizem insatisfeitas com seu trabalho por várias razões: o chefe é um desastre, os colegas são perigosos, não vê seu valor reconhecido, qualificação profissional acima da necessária para a tarefa, etc. As pessoas querem ter liberdade para trabalhar e sentir que o que fazem é importante. Dois terços dos profissionais que se demitem o fazem de seus chefes, não da empresa em que trabalham. Nos últimos anos, saímos de um conjunto de práticas administrativas que tinha como modelo ser paternalista e, ao mesmo tempo, autoritária, mantendo o domínio sobre as pessoas e definindo o que ela achava melhor para elas. Agora, a responsabilidade está cada vez mais nas mãos dos próprios empregados. Antes, submissos, obedientes e disciplinados, hoje devem ser autônomos e empreendedores. Ainda existem dificuldades na consolidação dessa cultura, pois muitas empresas mantêm o papel de definir onde, como e no que o funcionário deve se desenvolver, muitas vezes desconsiderando o plano de carreira e de vida que a pessoa quer seguir. Além disso, milhões de reais investidos em consultoria, treinamento e desenvolvimento para seus funcionários acabam em verdadeiro desperdício de tempo e dinheiro porque apenas 10% das pessoas envolvidas mudam seus comportamentos. Mesmo em programas de qualidade, em que a melhoria dos processos é contínua, poucas pessoas levam esses princípios para a vida pessoal. Nesse contexto, o americano James Hunter – consultor, palestrante e autor do livro O Monge e o Executivo – propõe uma nova forma de liderança – a liderança servidora –, inspirada em Jesus Cristo. O autor define a liderança como a capacidade de influenciar pessoas, em que Jesus era imbatível. As pessoas devem seguir alguém por livre e espontânea vontade. Significa exercer a liderança por meio da autoridade, e não do poder. Usando o poder, obrigamos as pessoas a fazerem a nossa vontade, o que até funciona, mas, com o tempo, deteriora os relacionamentos. Eventualmente, um pai, por exemplo, precisa usar de poder para obrigar seu filho a estudar. Ter poder sobre as pessoas é diferente de ter autoridade sobre elas. Autoridade é a habilidade de conseguir que as outras pessoas aceitem de bom grado a nossa vontade, orientação e até determinação. No mundo corporativo, em que as pessoas buscam seu ganha-pão e, em alguns casos, a realização pessoal e profissional, 1) ninguém mais tolera gerentes ou chefes autoritários; 2) muitas empresas já reconhecem que os antigos métodos de comando e controle, na base do grito e da ameaça, não funcionam mais; e, 3) é preciso ver a liderança de forma diferente. Isso também vale, com muito mais razões, em clubes, igrejas, associações, ongs ou grupos de interesse, onde as pessoas participam porque gostam, para prestar algum serviço voluntário e até para aprender ou desenvolver alguma habilidade. Existem, ainda, pessoas – poucas, é verdade, e em extinção – que, agarradas ao poder contextual, se acham no direito de passar por cima de estatutos, de regulamentos, até de elementares noções de convivência civilizada. É uma das contradições que carregamos: gostamos de ser únicos e originais, mas não toleramos e nos sentimos ofendidos por manifestações, contrárias às nossas. Surpreende que até jovens, inclusive com formação superior, comunguem desse mesmo comportamento. O tempo da Páscoa, além de todas as lembranças e motivos religiosos e espirituais que possa despertar ou renovar em nós, pode permitir também o afastamento daquelas pedras de resistência aos novos valores e paradigmas, fazendo-nos sair da escuridão da tumba, onde deixamos as mágoas, os rancores, os ressentimentos, e tantas outras mazelas, e ressuscitamos para uma nova vida de realizações pessoais, profissionais, financeiras, sociais e espirituais.

Emprego ajuda a decidir carreira

Enviado pela psicopedagoga e aluna do curso de Formação em OP, Denise Azevedo Gomes Ferreira.

Folha de São Paulo, 01/05/2007 - São Paulo SP

Emprego ajuda a decidir carreira

Chance de errar na escolha da profissão é menor por causa do contato prévio com a rotina FERNANDA CALGARO DA REPORTAGEM LOCAL
O senso comum diz que a escolha da carreira acontece num momento em que a idéia ainda não está amadurecida o suficiente e houve pouco contato com a profissão. Certo? Nem sempre. Em muitos casos, essa ordem se inverte e é a vivência profissional que leva à decisão pelo curso. Ariane Paiva, 19, planejava ser engenheira química. Em 2005, quando estava no terceiro ano do ensino médio, porém, começou a ter aulas de violino -promovidas por uma ONG- no mesmo bairro onde mora, Guaianases (zona leste de SP). Mesmo após o final do curso, ela continuou fazendo parte da orquestra da ONG e começou a tocar em eventos e casamentos. Além dos cachês, a experiência lhe trouxe uma certeza: irá prestar música. "Eu me descobri na música. Antes não sabia nada, nem escala musical", conta Ariane. Desde o início do ano passado, ela faz cursinho pré-vestibular e se divide entre aulas particulares de violino e ensaios na orquestra da ONG e numa camerata. Informação - "As chances de errar na escolha da carreira são menores porque a pessoa conhece a dinâmica do dia-a-dia da profissão. Há menos possibilidades de se iludir", avalia Glaucia Santos, consultora de recursos humanos da Catho. "Quando se entra em contato com a prática, por menor que seja, isso dá uma noção dos problemas rotineiros do trabalho." No local de trabalho, o estudante pode aproveitar para conversar com os profissionais, trocar informações e consultar os livros disponíveis. Além disso, pode facilitar na hora de fazer o estágio obrigatório. "Dependendo da empresa, a pessoa pode tentar fazer o estágio ali mesmo durante a faculdade." Mas, se a vivência profissional pode ser um caminho para a decisão, isso não é o suficiente. "Percebemos que alguns jovens que optam pelo curso após um contato profissional têm uma segurança maior pela experiência que tiveram. Porém, é importante deixar claro que isso não basta para vir a ser um bom profissional e destacar-se no mercado de trabalho", explica a orientadora profissional Maria Ana Marabita, mestre na área pela Unicamp. Conhecer as próprias limitações e potencialidades é essencial para fazer uma escolha acertada. É importante também buscar por informações sobre a carreira. Palestras e visitas a universidades dão noções do curso. "Todo indivíduo deveria ser treinado ao longo de sua vida a fazer reflexões constantes sobre conhecer-se melhor, suas preferências em relação ao mundo escolar e social, atividades que lhe dão prazer", explica Maria Ana. Habilidades - A orientadora profissional recomenda que as pessoas que já têm a vivência profissional na área busquem cursos que agreguem técnicas, aumentem habilidades e auxiliem na prestação de serviços, sem deixar de lado a realização pessoal. "É preciso que haja uma parceria muita harmônica entre a experiência de trabalho e o curso a escolher." No caso da vestibulanda Adriana Ferreira da Cruz, 19, que irá prestar relações públicas, o emprego em telemarketing foi importante para tirar suas dúvidas. "Apesar de a carreira ser mais estratégia, no meu emprego também lidamos com a imagem da empresa e fidelizamos clientes", analisa. "Agora, estou bem focada no que eu quero. Gostei muito da área."


Corrigindo para valores de hoje, chegamos aos R$ 850 por uma jornada de 40 horas. Hoje, 39% dos professores recebem menos do que isso. Para professores em início de carreira, esse percentual chega a 55%

Médico e administrador são profissões mais bem pagas; veja ranking

Médico e administrador são profissões mais bem pagas; veja ranking
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JANAINA LAGEda Folha Onine, no Rio


Médicos e administradores estão no topo da lista de profissões mais bem pagas do país, de acordo com o estudo 'O Retorno da Educação no Mercado de Trabalho', divulgado hoje pela FGV (Fundação Getúlio Vargas).Os médicos com mestrado ou doutorado estão no topo da lista de chance de ocupação, com 93% de probabilidade de estar empregado. Esta categoria tem uma remuneração salarial média de R$ 8.966. Em compensação, os médicos também lideram a lista do número de horas trabalhadas por semana, com uma jornada média de 52,02 horas.Já os médicos com graduação tem um salário médio de R$ 6.705 e uma probabilidade de ocupação de 90%. No sentido oposto, os formados em teologia estão entre as piores colocações e em terceiro lugar na jornada de trabalho, com 49,03 horas semanais.Para saber a média salarial de sua profissão, já dividida por critérios de sexo, raça, idade e grau urbano, clique aqui. A FGV lembra, no entanto, que os salários do quadro são de 2000 e precisam ser multiplicados por 1,55 para se chegar aos valores atuais corrigidos pela inflação.Relação educação/salárioPara a FGV, a pesquisa comprova a relação direta entre escolaridade e remuneração. 'A hierarquia educacional se reflete na hierarquia dos resultados observados no mercado de trabalho, ou seja, aquele que estudou mais recebe salários mais altos e tem maiores chances de conseguir trabalho', afirmou o coordenador do estudo, o economista Marcelo Neri.Ele destaca que a pesquisa pode ser instrumento tanto do desenho de políticas públicas como para auxiliar a escolha do cidadão na hora de prestar vestibular ou escolher um curso de pós-graduação de acordo com o retorno que cada profissão pode oferecer.Veja abaixo os 40 primeiros da lista com os salários já atualizados:*Os salários incluem a renda de todos os trabalhos, ou seja, os dados incluem a renda de mais de um emprego de médicos ou advogados, por exemplo.

1- Medicina (mestrado ou doutorado)Salário médio: R$ 8.966,07
2- Administração (mestrado ou doutorado)Salário médio: R$ 8.012,10
3- Direito (mestrado ou doutorado)Salário médio: R$ 7.540,79
4- Ciências econômicas e contábeis (mestrado ou doutorado)Salário médio: R$ 7.085,24
5- Engenharia (mestrado ou doutorado)Salário médio: R$ 6.938,39
6- Medicina (graduação)Salário médio: R$ 6.705,82
7- Outros cursos de engenharia (graduação)Salário médio: R$ 6.141,05
8- Engenharia mecânica (graduação)Salário médio: R$ 5.576,49
9- Engenharia civil (graduação)Salário médio: R$ 5.476,85
10- Outros cursos de mestrado ou doutoradoSalário médio: R$ 5.439,32
11- Outros cursos de ciências exatas e tecnológicas, exclusive engenharia (mestrado ou doutorado)Salário médio: R$ 5.349,96
12- Geologia (graduação)Salário médio: R$ 5.285,77
13- Engenharia elétrica e eletrônica (graduação)Salário médio: R$5.231,07
14- MilitarSalário médio: R$ 5.039,14
15- Ciências agrárias (mestrado ou doutorado)Salário médio: R$ 5.028,37
16- Outros cursos de ciências biológicas e da saúde (mestrado ou doutorado)Salário médio: R$ 4.947,44
17- Engenharia química e industrial (graduação)Salário médio: R$ 4.844,92
18- Outros cursos de ciências humanas e sociais (mestrado ou doutorado)Salário médio: R$ 4.677,14
19- Direito (graduação)Salário médio: R$ 4.649,63
20- Ciências econômicas (graduação)Salário médio: R$ 4.644,67
21- Agronomia (graduação)Salário médio: R$ 4.356,56
22- Propaganda e marketing (graduação)Salário médio: R$ 4.199,05
23- Odontologia (graduação)Salário médio: R$ 4.075,63
24- Administração (graduação)Salário médio: R$ 4.006,61
25- Outros cursos de ciências exatas e tecnológicas, exclusive engenharia (graduação)Salário médio: R$ 3.949,86
26- Curso superior de mestrado ou doutorado (ainda não concluído)Salário médio: R$ 3.928,07
27- Letras e artes (mestrado ou doutorado)Salário médio: R$ 3.864,82
28- Estatística (graduação)Salário médio: R$ 3.846,21
29- Arquitetura e urbanismo (graduação)Salário médio: R$ 3.835,08
30- Medicina veterinária (graduação)Salário médio: R$ 3.758,94
31- Física (graduação)Salário médio: R$ 3.516,52
32- Química (graduação)Salário médio: R$ 3.516,52
33- Comunicação social (graduação)Salário médio: R$ 3.435,09
34- Formação de professores de disciplinas especiais (graduação)Salário médio: R$ 3.408,60
35- Farmácia (graduação)Salário médio: R$ 3.381,98
36- Ciências da computação (graduação)Salário médio: R$ 3.325,40
37- Outros de ciências agrárias (graduação)Salário médio: R$ 3.278,04
38- Pedagogia (mestrado ou doutorado)Salário médio: R$ 3.219,14
39- Ciências contábeis e atuariais (graduação)Salário médio: R$ 3.105,60
40- Outros de ciências humanas e sociais (graduação)Salário médio: R$ 3.099,10

http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u102234.shtml

Diploma e monopólio

Ponto de vista:
Claudio de Moura Castro

Diploma e monopólio

"Os pobres com pouco estudo devemcompetir pelos empregos que o mercadooferece. Mas para quem tem curso universitárioo mercado é protegido por lei"

Faz quase dois séculos que foram fundadas escolas de direito e medicina no Brasil. É embaraçoso verificar que ainda não foram resolvidos os enguiços entre diplomas e carreiras. Falta-nos descobrir que a concorrência (sob um bom marco regulatório) promove o interesse da sociedade e que o monopólio só é bom para quem o detém. Não fora essa ignorância, como explicar a avalanche de leis que protegem monopólios espúrios para o exercício profissional?

Desde a criação dos primeiros cursos de direito, os graduados apenas ocasionalmente exercem a profissão. Em sua maioria, sempre ocuparam postos de destaque na política e no mundo dos negócios. Nos dias de hoje, nem 20% advogam.

Mas continua havendo boas razões para estudar direito, pois esse é um curso no qual se exercita lógica rigorosa, se lê e se escreve bastante. Torna os graduados mais cultos e socialmente mais produtivos do que se não houvessem feito o curso. Se aprendem pouco, paciência, a culpa é mais da fragilidade do ensino básico do que das faculdades. Diante dessa polivalência do curso de direito, os exames da OAB são uma solução brilhante. Aqueles que defenderão clientes nos tribunais devem demonstrar nessa prova um mínimo de conhecimento. Mas, como os cursos são também úteis para quem não fez o exame da Ordem ou não foi bem-sucedido na prova, abrir e fechar cursos de "formação geral" é assunto do MEC, não da OAB. A interferência das corporações não passa de uma prática monopolista e ilegal em outros ramos da economia. Questionamos também se uma corporação profissional deve ter carta-branca para determinar a dificuldade das provas, pois essa é também uma forma de limitar a concorrência – mas trata-se aí de uma questão secundária.

A medicina é uma carreira estritamente profissional, não prepara para outras funções. O custo de estudá-la é quatro vezes maior do que o custo de estudar direito. E pior do que no direito são as conseqüências dramáticas dos erros. Portanto, garantir qualidade na formação de todos os médicos é do mais legítimo interesse social. É lamentável que as associações médicas demonstrem uma atitude tão tíbia diante de faculdades fracas. Pior, a lista de punições para erros médicos é embaraçosamente curta.

A melhor solução está aí para todos verem: as provas da OAB, os exames para exercer medicina nos Estados Unidos e, agora, iniciativas semelhantes em São Paulo. Ademais, os médicos, como os pilotos de avião, deveriam passar em provas periódicas, para demonstrar sua atualização. Querer proibir a abertura de cursos não passa de uma tentativa de reduzir a oferta de médicos, sem melhorar a qualidade dos que aí estão. Ao desdenharem dos exames e reivindicarem um ferrolho nas faculdades, as associações mostram à sociedade que prezam mais seus salários do que a saúde da população. O correto seria a liberdade de abrir cursos, seguida de uma prova individual rígida. Como acontece em outros países, só quem varasse esse ferrolho poderia exercer a medicina.

Resta mencionar os cursos de administração, outra formação clássica de cultura geral. Por que exigir diplomas para o exercício profissional? Nos Estados Unidos, onde nasceram tais cursos, não há nenhuma exigência de diploma. Além disso, as melhores universidades não oferecem administração no nível de bacharelado. Na Alemanha, praticamente, não há formação em administração de empresas. Não consta que esses países padeçam de incompetência crônica na gestão dos seus negócios. É mais uma profissão se locupletando dos monopólios conferidos por leis passadas sorrateiramente no Congresso. Jornalismo é um caso até mais absurdo de monopólio dos diplomas. Menos mal que uma lei semelhante para bacharéis de astrologia não foi aprovada.

É no mínimo um passo atrás que o MEC haja cedido às pressões dos médicos e advogados para exercer legalmente o seu pseudodireito de vetar a abertura de novos cursos. Erro do MEC? Não, da sociedade brasileira, que assiste passivamente a tais tentativas de cercear a concorrência. Os pobres com pouco estudo devem competir pelos empregos que o mercado oferece. Mas para quem tem curso universitário o mercado é protegido por lei.

Claudio de Moura Castro é economista

(Claudio&Moura&Castro@attglobal.net)

fonte- veja edição 1998 ano 40 nº 9

A hora da escolha

A hora da escolha
Dinheiro, sucesso e satisfação pessoal são conseqüências para quem ama o que faz
Há um momento crucial na vida de todos aqueles que seguirão os estudos após concluir o segundo grau: que profissão escolher? Quem não tem a sorte de decidir, desde cedo, que vai ser médico, engenheiro ou advogado, quando crescer vai enfrentar longos meses ou até anos de angústia antes de tomar uma decisão que afetará o resto de sua vida. Seguir os rumos do pai, da mãe e escolher a mesma profissão ou ouvir a voz da intuição quando esta aponta para alguma aptidão? E quando essa “voz” não diz nada e aproxima-se o dia de inscrição para o vestibular? Conselho de quem chegou lá e é hoje exemplo de profissional bem-sucedido: na dúvida, opte sempre pela profissão que lhe atrai. Dinheiro, sucesso e satisfação pessoal são conseqüências para quem faz o que gosta e ama o que faz. A capacidade de ouvir e contar histórias foi o que definiu a escolha profissional de Mariana Godoy, jornalista e apresentadora do SPTV, da Rede Globo. Há 17 anos na profissão, Mariana tem uma receita para quem quer seguir essa carreira: “Jornalismo, além de profissão, é uma opção de vida. É uma profissão que exige demais e a opção deve ser feita pela paixão de ouvir e saber contar histórias e não pela vaidade.” Desde cedo, ela sabia que seu futuro profissional estava ligado à área de Humanas: “Mas a paixão pelo jornalismo nasceu do fato de eu ser muito xereta, muito curiosa, perguntar sempre muito sobre tudo e principalmente pelo meu fascínio em ouvir histórias. A pergunta que eu me fazia era se conseguiria contar essas histórias de forma fiel, sem colocar minhas opiniões e sem distorção. Porque se a preocupação ética deve estar presente em toda profissão, na nossa, então, é fundamental”, comenta a jornalista. Filha de advogado e professora, Mariana diz que não sofreu qualquer influência paterna na escolha da profissão. “A influência, na verdade, existiu, mas veio de fora. Eu era muito, muito fã da Paula Saldanha [jornalista que na década de 70 apresentava o primeiro noticiário para crianças e adolescentes da TV brasileira, o Globinho]. Foi por causa da Paula Saldanha que me interessei por jornalismo”, conta Mariana Godoy. Em relação aos conselhos dos pais, Mariana faz questão de destacar que sempre foi incentivada a procurar a profissão que lhe desse prazer e realização. “Os valores que eles me passaram foi o de estar bem e realizada com o meu trabalho e não ter um diploma que pudesse irrigar minha conta bancária.”Para Mariana Godoy, mais importante do que ter vários diplomas e certificados de cursos pendurados na parede é ter uma sólida formação cultural. “Sempre viajei muito. Fui várias vezes para a Europa com uma mochila nas costas, com pouco dinheiro, mas com muita disposição para aprender, visitar museus e conhecer outras culturas. A formação, a bagagem cultural é fundamental para um jornalista.” Uma exigência fundamental nesse meio é o aprendizado de idiomas. Ela própria fala inglês, francês, espanhol e italiano. “Saber outras línguas faz parte dessa preocupação com a formação e com a bagagem cultural. Além de preparar para entrevistar grandes personagens, dá acesso ao que é produzido em todo o mundo.” O jornalista e âncora do programa Roda Viva, da TV Cultura de São Paulo, Paulo Markun, é um exemplo de profissional bem- sucedido que só descobriu o que queria fazer depois de percorrer um longo caminho de dúvidas, incertezas e conclusões equivocadas. “Aos 15 anos fiz um teste vocacional e, depois de uma longa bateria de entrevistas, a orientadora disse que eu poderia seguir diversas profissões na área de Humanas. História, principalmente. Ela disse que estava surgindo um curso novo, com várias alternativas que poderiam ser interessantes. Era a Escola de Comunicações e Artes [ECA], da USP”, lembra Markun. O jornalista conta que não levou o conselho muito a sério na hora de se inscrever para o vestibular. “Tanto que resolvi fazer o curso de Arquitetura, porque cresci na casa de um famoso arquiteto, o Villanova Artigas, e achei que essa seria minha vocação.” Markun fez cursinho e, depois de um desempenho pouco satisfatório num provão, percebeu que não tinha a menor aptidão nas matérias que seriam chave para Arquitetura. Deu uma guinada e resolveu seguir o que o teste vocacional sugeria. “Fui aprovado no vestibular para a ECA e no primeiro ano de curso comecei a trabalhar no Diário do Comércio e Indústria, em seguida fui para O Estado de S.Paulo”, lembra o jornalista. Contar todo o esforço que esse jornalista colocou na construção de sua carreira consumiria uma boa quantidade de papel. Mas para ilustrar é bom lembrar que ele foi um dos principais repórteres da TV Globo na década de 80 e 90. A dica de Markun para quem vai escolher a profissão: “A indecisão é natural, mas pode se tornar uma muleta e uma justificativa para quem pretende continuar na vida a passeio. Minha família teve a grandeza de me deixar escolher o que queria fazer.” Muitas vezes a influência da família não ocorre por pressão direta dos pais. “Por ter pais médicos, até os 15 anos eu seria médica. Mas num certo momento percebi que daria uma má médica, então fiquei um pouco insegura. Como sempre gostei muito da área internacional, fiz Relações Internacionais e, como complemento, estudei História. O que pesou no meu caso foi a aptidão”, resume Denise Hamu, diretora-geral no Brasil do World Wildlife Foundation (WWF), uma das mais importantes entidades de preservação ambiental do mundo. Denise apostou muito na carreira profissional. É formada pela Universidade de Brasília, fez mestrado pela George Washington University, de Washington, nos Estados Unidos, fala inglês, francês e espanhol e tem um diploma em Administração de Projetos pela Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas, do Rio de Janeiro. Apesar de tanto empenho e do alto investimento que fez, a diretora do WWF-Brasil ressalva que só se é bom profissional quando se acredita no que faz. “No momento de escolher uma profissão, o que deve preponderar é a aptidão e correr atrás do sonho. Acho que a pessoa não pode escolher algo só porque está na moda. O mundo hoje comporta muitos tipos de profissional e é preciso ter bagagem. Sei que a realidade é difícil às vezes, mas não se pode ficar preso só à perspectiva de um bom salário. Isso vem.”Para Denise Hamu, a receita para uma carreira profissional bem-sucedida inclui paixão e transparência nos atos, além de uma formação sólida – “não só na escola; a bagagem tem de ser colhida ao longo do caminho”, diz ela, acrescentando que “ninguém se torna bom profissional de um dia para o outro. Depois que você se forma, não termina sua educação. É preciso buscar sempre outros conhecimentos e se manter atualizada”. À frente de uma instituição do porte e da responsabilidade do WWF, Denise diz que a área ambiental abriga multidisciplinas. A profissional pode ser advogada, bióloga ou ter especialização em política pública. Há espaço para muitos tipos de pessoas e de profissões. “A convivência com diferentes profissionais resulta em relacionamento de troca, especialmente numa equipe multidisciplinar. No WWF-Brasil estamos construindo uma equipe assim, em que as diferentes áreas se complementam.”
Influência do paiO atual vice-presidente e diretor de telecomunicações do grupo Siemens, Aluízio Byrro, iniciou sua trajetória num dos maiores conglomerados mundiais do setor de bens de consumo como estagiário de engenharia. A opção pelo curso, diz ele, teve influência direta do pai. “Desde a época do curso científico tive interesse em estudar Engenharia e já na universidade optei por telecomunicações”, conta Byrro. Depois de formado, em 1972, foi para Munique atuar na área de transmissão em telecomunicações e desde então passou por diversas áreas e funções no Brasil e na Alemanha, onde fica a sede mundial da Siemens. Embora reconheça a influência paterna em sua escolha profissional, Byrro ressalta que o mais importante na hora de optar pela carreira é avaliar a vocação. “Para mim, o sucesso profissional está diretamente associado com a seguinte premissa: é importante fazer aquilo de que se gosta porque é muito difícil fazer bem- feito aquilo de que não se gosta.” Segundo o executivo, se a pessoa realmente tem interesse e talento para atuar em determinada área, deve focar os esforços nessa direção. Para quem está em dúvida, o vice-presidente da Siemens recomenda buscar apoio em testes vocacionais. Outro recurso importante no momento da decisão é procurar a orientação das pessoas do círculo familiar e de amigos. Byrro sugere ainda que o jovem visite as empresas nas quais tem interesse em trabalhar e converse com profissionais da área para formar uma idéia real do mercado. Receita de sucesso Byrro não tem. Mas considera que uma carreira bem-sucedida é baseada em um conjunto de aptidões e predicados que a pessoa precisa ter. “Isso porque a competição é extremamente dura nos dias de hoje, seja lá qual for a área de atuação. “Na minha opinião, para ser bem-sucedido na vida profissional, antes de tudo é preciso ter as competências inerentes à profissão escolhida. Ser competente, se atualizar constantemente, ter tido uma boa formação de forma geral são condições básicas para um bom desempenho profissional”, assegura. Outros requisitos indicados pelo vice-presidente da Siemens é ter espírito empreendedor e disposição para o trabalho, em qualquer situação. Além disso, diz ele, são necessárias outras aptidões como gostar e ter entusiasmo pelo que faz. Espírito de liderança é também uma competência absolutamente imprescindível. “Eu costumo dizer, e isso pode causar surpresa, que as pessoas que querem ter sucesso na carreira precisam ter dois sentimentos importantes: ambição e vaidade. O segredo é dominar esses sentimentos e não deixar que eles dominem você.”

http://www.guiadeprofissoes.com.br

“ Puxou o Pai “

“ Puxou o Pai “

Diretoria Geral de Recursos Humanos - DGRH
Órgão da Pró-Reitoria de Desenvolvimento Universitário - UNICAMP
http://www.dgrh.unicamp.br/noticia.shtml?idNoticia=741


"Puxou o pai". Quem já não ouviu essa frase e outras tantas muito parecidas, como "Tem o gênio da mãe" ou "É agitado como o pai quando era criança"? Esse tipo de observação sobre os comportamentos infantis dá a impressão de que eles são traços genéticos, assim como as características físicas. Uma frase como "tem o gênio da mãe" se parece com aqueles comentários sobre os recém-nascidos: tem os olhos da avó, o queixo da mãe, o olhar do tio...
Uma análise mais detalhada, porém, vai mostrar que, em geral, as semelhanças de comportamento entre pais e filhos são muito mais fruto da convivência do que da genética. A influência dos pais e pessoas que cercam a criança ocorre de forma natural e, geralmente, inconsciente. Os adultos são modelos de comportamento, e a forma como agem diante de situações prazerosas ou dificuldades é um referencial fundamental para a formação das crianças.
Quantas vezes não nos surpreendemos ao nos enxergarmos no comportamento dos filhos? A situação deixa de ser natural e passa a ser problemática quando os pais tentam fazer dos filhos uma continuação, ou uma reviravolta, da própria vida. Nesses casos, os adultos deixam de ser modelos para se tornarem uma espécie de ditadores do destino de suas crianças e adolescentes. Com as justificativas mais variadas ("Eu sei o que é melhor para meu filho" ou "Meu filho não vai precisar passar por tudo o que passei"), tentam controlar o presente e o futuro da prole como uma forma de resolver as próprias frustrações ou realizar seus sonhos.
Os exemplos são comuns: pais que querem escolher a carreira dos filhos, muitas vezes aquela que eles gostariam de ter seguido; tentativas de interferir no namoro baseadas em julgamentos sobre o tipo certo ou errado de homem ou de mulher; supervisão constante e exagerada sobre a
forma física dos filhos, que revela os próprios ideais de beleza e juventude.
Por trás dessas atitudes, esconde-se a dificuldade de lidar com questões mal resolvidas em suas próprias histórias. A falta de coragem e ousadia para tomar essa ou aquela atitude quando eram jovens se repete no presente, quando tentam se realizar pelos filhos em vez de se dar a chance de retomar a própria vida. Por não resolverem os próprios problemas, esses pais, mesmo sem sentir; muitas vezes, acabam criando ou alimentando sentimentos de insegurança ou baixa auto-estima nos filhos, entre outras dificuldades.
Um exemplo pode tornar isso mais claro. Imagine um pai ou uma mãe que tenta "influenciar" o filho adolescente a seguir determinada carreira. Nessa situação, é muito comum desqualificar a escolha do filho com frases como: "Isso não dá dinheiro", "O mercado está saturado desse tipo de profissional" ou "No futuro você vai me agradecer por não ter deixado você seguir essa bobagem". Esse tipo de comentário pode minar a confiança do adolescente na sua capacidade de julgamento, ainda mais nessa fase de tantas incertezas. O medo de não se dar bem em outra profissão que não a escolhida pelos pais e as ameaças veladas para a desobediência podem falar mais alto na hora da escolha e fazer com que acabe se ajustando a sonhos que não são seus.
É claro que todos nós fazemos planos e temos sonhos para nossos filhos. O importante é aceitar que nem todos vão se concretizar e talvez nem sejam, necessariamente, o melhor para eles. Um dos grandes desafios da relação entre pais e filhos é aprender a respeitar as diferenças.
Ajudar um filho a crescer e amadurecer também implica aceitar que ele tem seus próprios desejos, que podem diferir muito dos nossos. Essa atitude pode ser um grande aprendizado para o adulto, mas é mais importante ainda para a criança e o adolescente, que aprendem a confiar em si mesmos e a lidar com as dificuldades e as delícias de construir o próprio destino.


Enviado pela professora do curso de FORMAÇÃO EM OP do GRUPO ORIENTANDO,
Helenice Feijó de Carvalho.

Até 75% dos britânicos estão na profissão errada, diz pesquisa

Até 75% dos britânicos estão na profissão errada, diz pesquisa

Até 75% dos britânicos podem estar na profissão errada porque não conhecem suas próprias personalidades, concluiu um levantamento feito na internet por uma empresa seguradora.Cerca de 2 mil internautas fizeram um teste em que tinham que escolher com que figura se identificavam: triângulo, quadrado, curvado ou círculo. Depois, eles escolhiam uma cor. Isso levava a uma análise do perfil de cada um e a profissão exercida.
"A pesquisa descobriu que mais de 21 milhões de pessoas podem ser quadrados dentro de círculos ou triângulos tentando se encaixar no papel de um curvado", diz o texto.
De acordo com a pesquisa da empresa Bupa, 40% dos banqueiros e contadores foram identificados como pessoas carinhosas, orientadas por círculos ao invés de quadrados - organizados, analíticos e confiáveis.

Cerca de 2 mil internautas
fizeram o teste de personalidade

Triângulos

Já aquelas que trabalham em artes foram analisadas como sendo fortes e líderes, orientadas por triângulos. A criatividade, no entanto, é uma característica da figura curvada. Apenas 6% identificaram-se com esse formato.
Somente 10% dos políticos e funcionários públicos demonstraram ter habilidade
para lidar com o público – perfil dos quadrados.
A pesquisa apontou que, nacionalmente, 33% das pessoas se identificaram como círculos, sendo amáveis e amigáveis, e 32% se descreveu como triângulos, ou seja, mais ambiciosas.
"É importante entender nossas personalidades individuais a fim de encontrar a combinação certa. Não fazê-lo significa que você pode passar uma grande parte da vida se sentindo como um quadrado em um círculo", disse o psicólogo Aric Sigman, que fez a análise dos dados.
"Como esta pesquisa mostra, a maioria das pessoas simplesmente não se conhecem muito bem. Não é de admirar que recentes estatísticas do governo mostrem que apenas 17% das pessoas nunca se sentem estressadas no trabalho."

Fonte:http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/03/070329_pesquisabupa_as.shtml

IBGE APRESENTA FUTURO NEGRO PARA A PREVIDÊNCIA

IBGE APRESENTA FUTURO NEGRO PARA A PREVIDÊNCIA

As projeções apresentadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na primeira reunião do Fórum Nacional da Previdência Social mostram que o modelo atual não se sustenta no longo prazo. O IBGE estima que em 2050, para cada pessoa com mais de 65 anos, haverá apenas três em idade produtiva, isto é, com condições de contribuir para o INSS. Hoje, essa relação é de dez pessoas para cada idoso. Além disso, dentro de 43 anos, para cada pessoa que estiver chegando aos 65 anos, haverá apenas uma completando 15 anos e entrando na idade produtiva, conforme dados apresentados na quarta-feira no Fórum Nacional de Previdência Social. Para ter uma idéia, a população com 60 anos ou mais, que hoje é de 17 milhões de pessoas, será de 64 milhões em 2050. Aqueles com 80 anos ou mais, que são apenas 2,3 milhões hoje, serão 13,7 milhões. Isso equivale à população de Estados como Bahia e Paraná, segundo os dados do IBGE. Combinados, esse acentuado processo de envelhecimento, que aumentará o número de aposentadorias, e o crescimento muito menor da população em idade para entrar no mercado de trabalho e recolher as contribuições que financiam as aposentadorias e pensões, exigirão mudanças nas regras das aposentadorias. O aumento da informalidade é outro problema que afetará as contas da Previdência. Ana Amélia Camarano, pesquisadora do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), que também fez uma exposição sobre as mudanças na população nos próximos anos, considera esse um problema ainda mais grave do que o envelhecimento. Segundo ela, apenas 45,5% dos homens entre 40 e 60 anos pagam contribuições à Previdência. Na prática, isso significa que mais da metade dos homens nessa faixa não terá direito de requerer aposentadoria depois que parar de trabalhar. Essas pessoas terão de receber benefícios assistenciais do governo, ou vão piorar muito sua qualidade de vida. A pesquisadora propõe mudanças como a criação de uma idade mínima para a aposentadoria, a impossibilidade de acúmulo das pensões por morte e aposentadorias, além de mudanças nas regras para as mulheres, que hoje se aposentam com menos tempo de contribuição (30 anos) que os homens (35 anos).

fonte
http://www.videversus.com.br/default.asp?idcoluna=665#NOT13620

FACULDADE

Mais de 1,5 milhão de jovens brasileiros começam neste mês a derradeira etapa de sua educação. Meus parabéns! O grande problema que vocês vão enfrentar é que o conhecimento humano está dobrando a cada nove meses. Seguindo esse raciocínio, dois anos depois de formados, entre 60% e 80% de tudo o que vocês aprenderam estará obsoleto, dependendo da profissão. Isso se seus professores ensinarem o que há de mais novo em sua especialidade, o que nem sempre acontecerá.

Vocês provavelmente encontrarão três tipos de professor. Os ultraconservadores, que ainda ensinam "conhecimentos" de 1880. Na realidade, dogmas de um mundo que não existe mais. Percebam como vocês encontrarão muito poucos professores que se definem como neoliberais, neomarxistas, neofreudianos ou neo alguma coisa. Neo significa novo. No fundo, não são progressistas como dizem, mas ultraconservadores. Acham que o mundo não mudou ou então pararam no tempo, como todo conservador.

Outro grupo de professores é o dos enganadores, aqueles que não se atualizam e dão aulas mesmo assim. Não se reciclam há anos, ensinam o que era novo dez anos atrás. Ou, pior, ensinam as mesmas coisas que eles próprios aprenderam quando estudavam. Se tiverem sorte, vocês também encontrarão um pequeno grupo de professores criativos e visionários, que criam e mostram como será o mundo de amanhã. São eles que vão inspirá-los a tentar fazer o que ninguém fez antes, são eles também que inspiraram quase todos os jovens que inventaram esses sites na internet.

O que muitos de seus professores ainda não perceberam é que o conceito de conhecimento humano mudou. Não existe mais o conhecimento perene, guardado a sete chaves, restrito às "lides acadêmicas". As universidades não são mais as "casas do saber", as "catedrais do conhecimento", como muitas se autodefinem. Hoje, o conhecimento humano é de curta duração, poderíamos até dizer descartável, usado duas ou três vezes e jogado fora, quando não faz mais sentido guardá-lo. Isso os obrigará a repensar e a gerar novo conhecimento, porque provavelmente o futuro precisará de soluções nunca vistas.

Estou exagerando um pouco para que vocês entendam aonde quero chegar. O importante é vocês aprenderem a criar conhecimento, e não somente a usar o conhecimento do passado. Eu utilizo o termo administrativo "conhecimento just in time". Vocês terão muitos problemas a resolver, e terão de saber como analisá-los, gerando uma solução ou "conhecimento" apropriado, que não necessariamente servirá para o resto da vida. Daqui a alguns anos, a situação será outra, requerendo nova análise e solução.

Que algumas coisas são perenes, como 2 + 2 = 4 e muitas leis da física, não há a menor dúvida. Mas o que estou sugerindo é que vocês tomem o cuidado de sempre questionar seus professores, para se certificar de que o conhecimento do passado será de fato útil no futuro. Max Weber, Keynes e Freud escreveriam a mesma coisa se estivessem vivos hoje? É isso que vocês precisam descobrir. Até pode ser que sim, mas é melhor desconfiar sempre.

O que eu peço a vocês, calouros de 2007, é que se concentrem em como gerar conhecimento. Como observar, como identificar variáveis relevantes, os personagens vitais do problema e os interesses. Como analisar alternativas e tomar decisões. Usei muito pouco das teorias que me ensinaram na faculdade. Meu sucesso profissional foi devido muito mais ao conhecimento que eu próprio gerei, que eu mesmo criei, do que às teorias e técnicas que mal me ensinaram.

A "faculdade" que vocês precisam adquirir é a da criação, da criatividade, da geração de conhecimento, e não a da erudição, do academicismo ou a da decoreba que se alastra pelo país.

Infelizmente, vocês terão de agradar aos dois primeiros tipos de professor repetindo o passado que eles querem ouvir, senão não serão aprovados. Mas aproveitem os próximos quatro ou cinco anos procurando e prestigiando os professores criativos, aqueles que de fato pesquisam o futuro e não somente o passado, e juntos criem o conhecimento para resolver os problemas atuais do Brasil, e mandem-nos para mim ou coloquem na internet. Saibam distinguir quem é quem, e boa sorte!

Stephen Kanitz é formado pela Harvard Business School (http://www.kanitz.com.br/)
Revista Veja, Editora Abril, edição 1996, ano 40, nº 7, 21 de fevereiro de 2007 página 18

Tecnologias de Informação trazem mudanças nos postos de trabalho

Tecnologias de Informação trazem mudanças nos postos de trabalho


Pela definição conceitual, uma "revolução" se dá quando são observadas transformações radicais de âmbito econômico, social, político, artístico e científico. A Primeira Revolução Industrial aconteceu entre 1760 e 1850 e teve como protagonista a Inglaterra, grande produtor mundial de algodão. Com a introdução do vapor usado como fonte de energia nas máquinas e locomotivas, o país deu início à automação da produção de tecidos e de outros produtos, antes feitos à mão, e agilizou o sistema de transportes de pessoas e de mercadorias com a introdução das linhas férreas.


De acordo com Fernando Teixeira, pesquisador e professor da Universidade Metodista (Unimep), a Inglaterra era o único país que, naquele momento, estava em condições de exercer esse papel na economia mundial, pois havia passado por uma revolução burguesa, no século anterior, que criou condições favoráveis ao desenvolvimento do capitalismo. "Havia uma política protecionista que tornou o comércio externo superior ao consumo doméstico. As leis voltadas às demandas capitalistas, os cercamentos de terras sem obstáculos e o domínio colonial foram alguns dos vários fatores que colocaram a Inglaterra em condições de liderar a Europa a partir do final do século XVII", afirma Teixeira.

A Segunda Revolução Industrial teve início em 1860 e gerou mudanças no processo de industrialização que se estenderam até o início da Primeira Guerra Mundial. Com o surgimento da eletricidade, a produção em série nas linhas de montagem proposta por Henry Ford (conhecida como "fordismo") e o método de administração científica baseada no conhecimento de Frederick Taylor ("taylorismo"), a produção industrial ganha um novo ritmo. O protagonista da Segunda Revolução Industrial passa a ser os EUA que, às vésperas da Primeira Guerra, detinham 40% do PIB dos países desenvolvidos.

Terceira Revolução

Recentemente, na década de 1990, alguns autores afirmaram que estávamos vivendo uma Terceira Revolução Industrial, impulsionada, do ponto de vista tecnológico, pelo surgimento de novas Tecnologias de Informação (TIs) e pelo advento da eletrônica, em substituição à eletro-mecânica, no setor industrial. O conceito ainda é polêmico e divide a academia. Mesmo assim, há um consenso: as TIs têm causado profundas transformações na organização do trabalho em todo o mundo.

"Trata-se de um processo, é preciso tempo para avaliar se o atual momento histórico poderá ser chamado de Terceira Revolução Industrial", afirma Sérgio Queiroz, pesquisador e professor do Departamento de Política Científica e Tecnológica (DPCT), da Unicamp. Para ele, é difícil definir se as mudanças trazidas com as TIs podem ter provocado uma nova "revolução industrial", já que, em alguns setores, não houve mudanças "radicais". É o caso dos meios de transporte, que são os mesmos da Segunda Revolução Industrial com tecnologia aprimorada, e dos meios de produção, ainda baseados na automação, que deixou de ser repetitiva para ser programada pelo computador.

Além disso, diferentemente dos processos ocorridos nos séculos XVIII e XIX, atualmente não há um país protagonista. "Pode-se pensar no Japão e na China, que estão crescendo em ritmo acelerado. Mas eles não estão ditando as regras da produção atual, como aconteceu anteriormente com a Inglaterra, na primeira revolução, e com os Estados Unidos, na segunda", afirma Queiroz.

Para Teixeira, durante o período inicial da industrialização, as técnicas primitivas de produção poderiam resultar em grande produtividade. Atualmente, no conceito de Terceira Revolução Industrial, isso já não é mais possível devido às exigências da produção de bens de capital, em termos científicos e tecnológicos. "A diferença mais surpreendente entre a Terceira Revolução Industrial e as duas anteriores é a possibilidade de uma produção descentralizada, em que os componentes de um determinado produto podem ser fabricados em diferentes lugares. O mundo globalizado diminui tempo e distância em escala jamais alcançada, o que deve ser atribuído à aceleração do ritmo dos transportes de mercadorias e da informação", afirma.

A idéia de Terceira Revolução Industrial é caracterizada por uma redução expressiva dos custos de produção e de preço dos produtos automatizados, e pela aceleração do ritmo de produção. "Dos anos 80 para cá, os computadores tiveram uma queda de preços de cerca de 20% ao ano", afirma Fernando Mattos, professor da pós-graduação em Ciência da Informação e do Centro de Economia e Administração da PUC de Campinas. Para o pesquisador, as Tecnologias de Informação provocaram, também, uma redefinição das dimensões de espaço e de tempo. "O fluxo das informações passou a ser quase instantâneo e, assim, as distâncias ficam encurtadas", explica.

No Brasil, o total empregado no Setor de Informação ainda é baixo se comparado aos países desenvolvidos. O setor concentra cerca de 18% da mão-de-obra empregada, que se apropria de mais de 37% da massa de rendimentos. Além do maior nível de renda, uma média de 54% dos trabalhadores do setor têm carteira assinada (contra 35% da média nacional) e aproximadamente 40% deles têm curso superior (contra 20% da média nacional).

Tecnologia X postos de trabalho

O advento das TIs e o aumento da importância do complexo eletrônico no processo industrial causaram uma mudança nos postos de trabalho, marcada pela redução do número de trabalhadores com atividades operacionais e pelo surgimento de vagas voltadas para os profissionais responsáveis pelo gerenciamento e pela coordenação da produção. "Há uma necessidade de maior qualificação para ocupar os postos de trabalho que lidam com as TIs. O trabalho intelectual passou a ter uma importância maior nesse setor específico", explica Mattos.

A diminuição de determinados postos de trabalho e o surgimento de outros é, para Queiroz, uma característica do capitalismo e foi observada também na Primeira e na Segunda Revolução Industrial. "A produção está cada vez mais mecanizada, o que exige menos trabalhadores lidando diretamente com as máquinas", afirma.

"Há uma tendência para se tentar justificar o desemprego macro-econômico pelas inovações tecnológicas", explica Mattos, que acredita que problemas sociais da atualidade, como o desemprego, devem-se ao baixo crescimento das economias dos países, e não às novas tecnologias. "Tecnologias sempre foram criadas. As que tanto nos fascinam hoje têm um efeito menor do que tiveram as indústrias química e petroquímica nos anos 50 e 60. A globalização está acentuando as diferenças entre os países e a concentração de renda, mas isso não é uma questão tecnológica", conclui o pesquisador.

Para Teixeira, a força de trabalho no Setor de Informação tem sido cada vez menos necessária, mas a questão do trabalho não deve ser limitada aos efeitos da automação. "A atual competitividade internacional e as políticas de corte neoliberal favorecem iniciativas empresariais de flexibilização da força de trabalho. É com a insegurança estrutural e permanente do emprego que se pode, com certa tranqüilidade, oferecer trabalho com salários mais baixos", complementa Teixeira.

A atual insegurança no trabalho é abordada por David Harvey, em A condição pós-moderna. Para Harvey, a força de trabalho está enfraquecida devido ao alto desemprego, à competição do mercado e à redução da força sindical, o que facilita o controle por parte dos empregadores. Assim, os trabalhos em tempo integral e com segurança (como carteira de trabalho) tendem a se reduzir, ao passo que postos de trabalho flexíveis e autônomos - que criam uma insatisfação coletiva - tendem a aumentar.

Referências Bibliográficas
- A condição pós-moderna: uma pesquisa sobre as origens da mudança cultural. David HARVEY,SP, Ed. Loyola, 2003, 12ª ed.
-Da sociedade pós-industrial à pós-moderna. Novas teorias sobre o mundo contemporâneo. Krishan KUMAR. RJ, Jorge Zahar Editor, 1997.
-A nova estratégia industrial e tecnológica: o Brasil e o mundo na III Revolução Industrial. Fórum Nacional - Idéias para a modernização do Brasil. SP, Ed. José Olympio, 1990.

Enviado pela psicóloga e aluna do curso de Formação em OP:
FERNANDA MACHADO MACIEL


Fonte:
http://www.comciencia.br/200405/reportagens/02.shtml

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METADE DOS DESEMPREGADOS NO PAÍS TÊM ATÉ 24 ANOS

METADE DOS DESEMPREGADOS NO PAÍS TÊM ATÉ 24 ANOS

Os jovens de 15 a 24 anos estão enfrentando cada vez mais dificuldades para entrar no mercado de trabalho e sofrem mais com o desemprego do que os demais grupos de trabalhadores. Em 2005, 49,6% dos desempregados eram jovens, contra participação de 47,6% em 1995, de acordo com estudo divulgado nesta terça-feira pelo economista Márcio Pochmann, professor da Unicamp, com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Dos 8,9 milhões de desempregados no País em 2005, um total de 4,4 milhões tinham entre 15 e 24 anos. A população jovem somava 35,1 milhões em 2005. A taxa de desemprego subiu mais para as mulheres do que para os homens, 77,3% e 57,7%, respectivamente. O motivo, segundo Pochmann, foi o aumento da procura por trabalho pelas mulheres nesse período. De maneira geral, o desemprego cresceu mais entre os jovens de até 24 anos: 106,9% contra 90,5% dos demais grupos. Dez anos depois a situação do jovem se agravou no País. A geração de emprego, segundo o estudo, não acompanhou o crescimento da população e, entre as vagas, apenas 10,4% foram ocupadas por jovens nessa faixa etária. De 1995 a 2005, o Brasil criou 17,5 milhões de postos, sendo 1,8 milhão para jovens. Nesse mesmo período, 4,2 milhões de jovens tentaram uma vaga no mercado de trabalho.

fonte:
http://www.videversus.com.br/default.asp?idcoluna=658#NOT13385

Psicólogo na educ. básica

Projeto de Lei 7500/06 - Psicólogo na educ. básica

A Câmara estuda a obrigatoriedade da assistência psicológica a educadores e alunos da educação básica, prevista no Projeto de Lei 7500/06. De autoria da deputada Professora Raquel Teixeira (PSDB-GO), a proposta prevê que os sistemas de ensino regulamentarão a implementação da medida, especialmente no que diz respeito às relações referentes ao número de alunos por psicólogo e ao número de estabelecimentos de ensino por psicólogo, nas respectivas redes de ensino.Os sistemas de ensino terão o prazo de cinco anos para implementar a assistência, depois da aprovação da lei. Segundo a autora, a assistência psicológica é indispensável para promover a melhor compreensão do processo educativo e facilitar as condições para seu desenvolvimento.A deputada afirma que o acompanhamento psicológico também pode dar suporte para o enfrentamento das dificuldades oriundas do próprio espaço escolar e do ambiente familiar e do contexto de vida dos alunos.TramitaçãoO projeto segue para análise em caráter conclusivo pelas comissões de Educação e Cultura; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.Fonte: Agência CâmaraO Projeto de Lei 7500/06 já foi votado ano passado, não teve o número mínimo de votos e por isso foi arquivado. Mas a autora, a deputada Professora Raquel Teixeira (PSDB-GO), já pediu o desarquivamento e ele será votado novamente. Mandem emails para seus deputados federais pedindo que votem a favor!!! Abaixo mais algumas informações sobre o PL e também o link para consulta de acompanhamento:

http://www.camara.gov.br/Sileg/Prop_Detalhe.asp?id=334450

A busca pelo super-profissional

A busca pelo super-profissional

Mercado, exigente, reclama de falta de talento. Drible esse cenário!

Entra ano, sai ano, e os exercícios de futurismo se repetem. Qual será a profissão de destaque no ano que começa? Quais carreiras ficam em baixa? Quais são as novas atribuições que dão charme ao currículo? Devo aprender mandarim? É válido emendar um MBA (Master in Business Administration) logo após concluir a universidade? Independente se o profissional é da area de engenharia, publicidade e propaganda ou administração de empresas, um fato é certo: 2007 intensificará uma tendência que ganhou força nos ultimos anos e que, segundo especialistas consultados pelo Universia, acabou por dar uma nova dimensão ao mercado de trabalho. É a era do super-profissional. "Entramos no tempo do 'faça você mesmo'. As empresas esqueceram, na última década, de investir em seus departamentos de RH (Recursos Humanos) e os profissionais saíram a campo atrás de especializações, pós-graduações e MBA por conta própria, sem planejamento de carreira. Esse cenário alterou a lógica do mercado. O detalhe é que o mercado corporativo comprou a idéia e criou-se uma demanda difícil de ser atendida", explica Vera Módulo, gerente da unidade de recrutamento da Gelre, organização especializada em recolocação profissional.A constatação vai de encontro a uma realidade atual do mercado, e que dará a tônica também no ano que começou: em que pesem os problemas macroeconômicos do País, as dificuldades naturais de se arrumar ou trocar de emprego e um mercado ainda muito arrochado, as empresas continuarão reclamando da dificuldade constante em se conseguir completar suas vagas, por falta de mão-de-obra, se não especializada, que atenda a todas as suas necessidades. "O profissional tem de se lembrar que as empresas não avaliarão mais apenas o currículo e o diploma, mas o que eles fazem e são capazes de produzir", salienta Sami Boulos, consultor de carreiras do Career Center.A máxima atual mostra que tão difícil quanto encontrar um bom trabalho tem sido encontrar um bom profissional. Pesquisa realizada em 26 países pela consultoria internacional de Recursos Humanos Manpower mostra que dos 32 mil empregadores entrevistados, mais de 25% afirmaram encontrar grandes dificuldades com a escassez de profissionais qualificados. Esta nova tendência tem duas explicações, segundo o levantamento: as empresas estão cada vez mais exigentes no recrutamento para todos os níveis hierárquicos, e, ao mesmo tempo, os profissionais mais qualificados são cada vez mais assediados pelas corporações.Essa dificuldade em preencher as vagas não é exclusividade apenas dos profissionais com bom tempo de mercado. Mesmo para estudantes ou trabalhadores em início de carreira isso é realidade. Haja vista o último programa de trainee aberto pela multinacional Ambev. Sem um número definido de vagas, foram nada menos do que 26 mil inscritos, estudantes de diversas áreas, que tiveram de atender a exigências de gente grande: inglês fluente e bons conhecimentos de espanhol, disponibilidade para viagens e mudança de cidade ou país, habilidade para negociações e desenvoltura para lidar com o imprevisto. No total, 31 pessoas foram selecionadas, o que dá uma relação candidato-vaga superior a 800 pessoas, quase dez vezes maior que Publicidade e Propaganda, o curso mais disputado da Fuvest. "Naturalmente, nem todos os candidatos que se inscrevem no programa de trainee da Ambev preenchem os requisitos desejados", expõe a gerente de recrutamento e seleção da empresa, Elisabeth Furiati.Um lugar ao sol.

PLANO DE CARREIRA
Montar um plano de carreira ainda na universidade pode ajudar no sucesso profissional. Para Rijane Mont'Alverne, professora de Recursos Humanos da Fundação Dom Cabral, um plano de carreira significa um plano de ação. Há de se traçar objetivos e montar estratégias para isso, com datas e propósitos. "O jovem tem de ser perguntar o que quer, quando quer e porque quer e revisar seus objetivos todos os anos. Planejar dá norte e reduz os desvios de caminho", diz. Ela completa: "a palavra de ordem é estar sempre disposto a aprender, seja em sala de aula, em grupos de trabalho ou a viagens ao exterior", resume.A docente também sugere um prazo de aproximadamente três anos para que o profissional escolha um MBA ou uma pós-graduação. "Esse tempo serve para o profissional se dar conta de que aquela é a profissão que ele deseja seguir pelos próximos anos", explica. Ao mesmo tempo, diz que as escolhas dos programas de trainee devem ser feitas de maneira mais criteriosa, estudando a organização e seus valores, e vendo se eles são compatíveis com seus interesses de vida e carreira. "Temos visto um cenário onde os jovens têm pouca escolha: se inscrevem em todos os programas de trainee e, onde passam, ficam". Ela diz que é comum atender alunos que estão há mais de quatro ou cinco anos em empresas que não se identificam (ou com a função ou com a organização), infelizes, mas que não conseguem mais trocar de área. Para ela, exemplo maior de falta de planejamento de carreira não existe.Vera Módulo, da Gelre ratifica a opinião. Para ela, o ideal é encarar três ou quatro anos de mercado antes de se decidir por uma pós-graduação ou um curso de MBA. "O recém-saído da faculdade muitas vezes não tem maturidade o suficiente e continuar os estudos leva ao risco de exaustão. Muitas vezes, as pessoas usam a pós para agüentar os momentos de ansiedade por causa do emprego", diz. Mas há exceções: "para cursos como Direito ou para quem deseja encarar a vida acadêmica, que precisa de especialização e atualização constante, tem-se que estudar a vida inteira".

UM LUGAR AO SOL
Esse beco aparentemente sem saída leva a dois questionamentos: a culpa é da falta de preparo dos profissionais ou do excesso de exigência das empresas? Segundos especialistas da área, o mercado atual é um misto desses dois fatores. Mas, ao mesmo tempo, é consenso que o perfil que o mercado procura é o de um super-homem. "Ele (o profissional) tem de ter competência, experiência, técnica apurada, bom relacionamento, atualização constante e ser um estrategista. Mesmo que o grau de compêtencia cobrado seja maior até do que o exigido pela vaga", constata o professor titular do Departamento de Administração da FEA/USP (Faculdade de Economia Aplicada da Universidade de São Paulo), Lindolfo Galvão de Albuquerque.O cenário para a busca de um emprego em 2007 (e nos próximos anos), nessas condições, parece nebuloso, mas especialistas acreditam que ele pode ser muito mais ameno do que aparenta. E tudo dependerá, basicamente, do esforço do próprio candidato. Para isso, duas dicas simples podem fazer toda a diferença: faça um estratégico plano de carreira (veja mais no quadro acima) e invista em você constantemente. Como todo bom super-homem que se preze, a mobilidade é uma das palavras de ordem do mercado em 2007. "O mundo passa por transformações que não têm volta. O Brasil também está sendo atingido e sofrerá mudanças, sobretudo no mercado de trabalho e nas relações trabalhistas. Nesse processo chamado globalização, as oportunidades surgirão da internacionalização, não apenas das corporações, mas também do profissional. Conhecer outras línguas e culturas será fundamental", resume Albuquerque, da FEA/USP.Rijane Mont'Alverne, especialista de Recursos Humanos da Fundação Dom Cabral, de Minas Gerais, sintetiza bem o perfil de profissional que as empresas buscam. "O mercado continuará atrás de profissionais com boa formação, flexibilidade e mobilidade em todos os aspectos. Seja para mudar de área, de cidade e com alto grau de adaptabilidade. Além disso, é interessante notar que atualmente exige-se grande resistência a frustrações, um alto grau de inteligência emocional", resume. A especialista também frisa a questão da mobilidade, em um período em que as fusões e aquisições estão em alta no mundo todo e as trocas de comando, função ou mesmo localidade tornam-se uma constante na vida do empregado. Daí a importância da leitura e de cursos constantes para aprimorar suas competências. "A atualização profissional é peça-chave nos dias de hoje", salienta Rijane. A questão da língua, apesar de soar como uma dica batida, é considerada vital pelos entrevistados. "Falar mais de uma lingua estrangeira é importante, mas o que se vê atualmente é que os profissionais investem em espanhol, francês e até mandarim apenas para ilustrar o currículo, quando o inglês, ainda a língua mais importante, é falada de modo macarrônico", brinca Rijane. Parece mentira, mas um bom português pode ser o diferencial na hora de conseguir um emprego. "O maior índice de rejeição dos programas de trainee com os quais trabalhamos se dá pelos erros absurdos da Língua Portuguesa", diz Sami Boulos.A docente Rijane Mont'Alverne recomenda: "além de falar uma ou duas línguas estrangeiras fluentemente, o mercado quer um profissional com traquejo, de preferência que tenha vivido ou tenha no currículo uma vivência no exterior. Isso denota capacidade maior de conviver com as adversidades. Experiências no estrangeiro expõem as pessoas a situações adversas, outros valores, pessoas e culturas. Isso é muito importante e um diferencial no momento de conquistar uma vaga", conta. Para ela, com um mercado cada vez mais exigente, também não é possível ficar um período de cinco anos sem estudar. "É preciso atualização, especialização e treinamento específicos constantes dentro de sua área de atuação. É preciso estar preparado para as atividades que virão", diz.

OS DESTAQUES DE 2007

OS DESTAQUES DE 2007
O ano mal começou e especialistas já apontam a lista dos profissionais que devem estar entre os mais procurados para 2007. Assim como nos últimos anos, as áreas ligadas à administração e negócios são as que têm maior demanda. Conforme Vera Módulo, gerente da unidade de recrutamento da Gelre, organização especializada em recolocação profissional, a menina-dos-olhos em 2007 será a área de construção civil, que, nas palavras da própria especialista, "registrou um aquecimento absurdo" no último ano. E se engana quem pensa que o segmento é propício apenas para profissionais de engenharia civil. Há oportunidades para administradores, arquitetos, designers de interiores e até profissionais ligados a vendas.Para Sami Boulos, consultor de carreiras do Career Center, 2006 foi excelente para quem buscava uma nova posição no mercado. "Mas houve mais mudança de cadeiras do que novas vagas surgindo", resume, antecipando que o cenário será relativamente igual em 2007. Ele explica que aconteceram mudanças profundas em áreas como a farmacêutica e a financeira, com muitas fusões e aquisições. "Apesar do medo de cortes, no fundo surgem oportunidades internas nessas situações", diz Boulos. Ele conta que, de janeiro a setembro de 2006, houve 48% mais vagas nas empresas em relação ao mesmo período do ano passado.Outras áreas que devem continuar abrindo vagas e oportunidades são as de Teconologia da Informação e telecomunicações, sobretudo com um cenário que indica consolidação do mercado por meio de fusões e aquisições. A área de segurança também estará aquecida, com oportunidades para profissionais especializados em logística e rastreamento de cargas, prevenção de perdas e novas soluções tecnológicas.

http://www.universia.com.br/materia/materia.jsp?materia=12987

Mercado para doutores

Mercado para doutores

Saiba como está o mercado de trabalho para pesquisadores brasileiros
Publicado em 08/02/2007

A taxas anuais de 12%, o Brasil tem visto crescer o número de doutores titulados. Para se ter uma idéia, apenas em 2006, 10 mil acadêmicos completaram o doutorado. No entanto, o número, que parece atender satisfatoriamente a necessidade da nação, não agrada plenamente ao governo e à própria academia. Especialistas reconhecem que, para promover o desenvolvimento do País, é preciso ainda mais. Para a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), é preciso alcançar, em médio prazo, uma meta de 16 mil títulos concedidos por ano.
O que ocorre é que, se pensarmos em iniciativas efetivas de desenvolvimento no País, ainda apresentamos um déficit, se comparado ao perfil de outras nações. "Na verdade, a proporção entre o número de doutores titulados e a população é muito baixa, inclusive, com relação ao PNB (Produto Nacional Bruto). Além disso, o índice de pesquisadores com tal titulação é bastante inferior se comparado a países em estágio de desenvolvimento similar", diz o presidente da Capes, Jorge Guimarães. "Desta forma, 10 mil é uma realidade modesta para os desafios do Brasil."

Ao contrário do que aconteceu em governos anteriores, o governo Lula investiu na expansão das universidades federais. Com isso, tais instituições passaram a absorver mais doutores em seus quadros de funcionários. Com o tempo, a academia passou a concentrar grande parte desta mão-de-obra e, na opinião de especialistas, oferece, hoje, as melhores oportunidades para profissionais com tal qualificação. "Desde 2004, o MEC (Ministério da Educação) já abriu nove mil vagas só nas federais", ressalta Guimarães.
O presidente da Capes reforça que mesmo com o crescimento anual de doutores, na academia - em especial nas universidades federais, ainda existem áreas, principalmente as relacionadas à Licenciatura, com déficit desta mão-de-obra. "A UFABC (Universidade Federal do ABC) - mais nova universidade federal do País -, abriu mais de 500 concursos públicos no ano passado e algumas áreas, inclusive, não foram preenchidas por falta de candidatos. As vagas para Matemática tiveram que ser preenchidas por profissionais de Física", afirma Guimarães. "É claro que em já há excessos em alguns setores, mas nenhum deles atingiu um ponto de saturação. Ainda há mais demanda do que profissionais", assegura.
Pesquisadores, no entanto, reclamam da deficiência no processo de absorção dos doutores no meio acadêmico. Há mais de três meses, a recém-doutora em climatologia pela Unesp (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho), Juliana Ramalho Barros, 32 anos, espera pela abertura de concursos públicos que contemplem o seu perfil. "Atualmente, para me sustentar, dou aula em uma faculdade particular e trabalho como pesquisadora associada na UnB (Universidade de Brasília). Ou seja, para seguir com a pesquisa, que é o que gosto, tenho que me submeter a trabalhos voluntários ", conta. "E esse não é um problema de exclusividade minha. Muitos outros pesquisadores estão na mesma situação", diz.
Para o Ph.D em Economia pela Universidade de Southampton, na Inglaterra, Wilson Luiz Rotatori Correia, de 34 anos, a má distribuição dos doutores pelo território é outro complicador. "Há, sim, a possibilidade de vagas. O problema é que a maioria dos jovens recém-titulados quer permanecer no Sudeste ou do Sul do País, onde a concentração de mão-de-obra qualificada é maior. Sou de Minas Gerais e tenho consciência de que tive muita sorte de conseguir uma vaga aqui mesmo", confessa Correia, pesquisador e professor da UFJS (Universidade Federal de São João Del-Rei). Em sua opinião, deveria haver incentivos para que regiões como Norte, Nordeste e Centro-Oeste, carentes de profissionais titulados, pudessem atrair os doutores.
Fora da academia
Grande parte dos doutores brasileiros segue, sim, para o meio acadêmico. No entanto, essa não é a única alternativa para quem quer seguir carreira como pesquisador. Segundo o presidente do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), Erney Camargo, uma das opções é a atuação sem vínculo empregatício, por meio de programas de bolsas de pós-doutorado e desenvolvimento científico oferecidas pelo próprio Conselho, pela Capes e outras fundações estaduais. "Trata-se de uma alternativa que tem auxiliado muitos pesquisadores a darem continuidade a seus trabalhos", explica.
Foi este o caminho escolhido pelo doutor em Farmacologia pela Unesp, Daniel Barbosa Queiróz, 30 anos. "Poderia, sim, ter terminado o doutorado e seguido para o mercado. Mas decidi continuar com a pesquisa, sendo bolsista de pós-doutorado, o que não deixa de ser um trabalho, já que recebo para isso", conta. Como a vaga é provisória, Queiróz já faz planos para o futuro. "As oportunidades no meio acadêmico são sazonais, por isso pretendo partir para a iniciativa privada, que acredito ser financeiramente mais rentável."
Pensando no desenvolvimento do País, que fundamentalmente depende de inovação e de investimentos pesados em P&D, é justamente na indústria que, na opinião de especialistas, deveriam estar as melhores oportunidades para os doutores. "O investimento da indústria neste tipo de mão-de-obra já acontece no Brasil, mas está muito aquém de nossas reais necessidades", afirma o diretor científico da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), Carlos Henrique de Brito Cruz.
E não é preciso ir muito longe para entender porque a presença de pesquisadores no mundo empresarial pode trazer ganhos não só do ponto de vista científico, mas também, econômico. Hoje, o Brasil é o maior exportador de suco de laranja do mundo. No entanto, ainda precisamos importar ácido cítrico, um dos principais componentes para sua produção. Enquanto gastamos com importação, poderíamos investir em mão-de-obra qualificada e tecnologia para suprir tal carência. "O pesquisador não tem veia empreendedora e muito menos dinheiro para criar seus próprios negócios. Daí a importância da indústria perceber nossos gargalos e investir para deixarmos para trás uma relação de dependência internacional", diz Guimarães. Na opinião do presidente, outros setores que também têm enorme potencial do ponto de vista científico e tecnológico para absorver mão-de-obra qualificada na indústria são: Biotecnologia, Gás e Petróleo, Botânica, Zoologia, Tecnologia de Alimentos e Computação.
Na opinião de Correia, pesquisador da UFJS, em curto prazo, uma boa alternativa seria estimular as parcerias entre universidade-empresa, a fim de aproximar a indústria da realidade dos pesquisadores e despertar seu interesse pelos investimentos em P&D. O diretor da Fapesp, por sua vez, acredita que apesar de útil, tal medida não é suficiente e lembra a importância de ações do governo em prol do interesse da indústria pela pesquisa e o desenvolvimento. "É essencial intensificar a atividade de P&D em empresas brasileiras e para isso é preciso maior apoio por parte do governo", destaca Brito.
Atento a esta questão, Guimarães defende que o governo vem criando políticas públicas para que a indústria perceba a necessidade e o benefício que é investir em inovação. Segundo ele, já estão sendo desenvolvidas ações de apoio para que o seguimento empresarial atraia profissionais qualificados para que, conseqüentemente, haja mais opções de trabalho para os pesquisadores. Como exemplo, ele cita a criação da PITCE (Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior), a Lei de Inovação e, ainda, os auxílios oferecidos pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e pela Finep (Financiadora de Estudos e Projetos). "Empresas e doutores podem e devem trabalhar juntos para a criação de novos produtos e para a capacitação na concorrência do mercado internacional", conclui Guimarães.

http://www.universia.com.br/materia/materia.jsp?materia=13250