Faculdades investem em curso de gestão de negócios em surfe Publicada em 16/01/2007 - Shaulla Figueira - O Globo Online RIO - Se você acha que surfe é coisa de quem não estuda, reveja seus conceitos. As faculdades Estácio de Sá, no Rio e a Univali, em São José, Santa Catarina, estão lançando cursos de graduação de gestão de surfe para quem tem interesse em se tornar um empreendedor do esporte. Segundo Alexandre Moraes, coordenador do curso superior de tecnologia em gestão de negócios do surfe da Univalli, o objetivo da graduação é cobrir a carência de profissionais preparados para gerenciar empresas desse segmento. Desde os anos 80, quando o esporte virou profissão, o mercado voltado para o surfe não pára de crescer. A indústria movimenta cerca de U$ 1 bilhão por ano. Clique aqui e confira a história do esporte no Brasil. - A partir desta demanda crescente, verificamos que o mercado precisa de pessoas especializadas para administrá-lo - enfatiza Alexandre. O que não falta é campo de atuação na área: escolas de surfe, empresas de surfware, material esportivo e academias, produtoras de eventos, fábricas de pranchas de surfe, assessoria de imprensa de desportistas, etc. - Queremos que a indústria se torne cada vez mais competitiva e organizada - explica. O vasto leque de oportunidades foi o que levou o fotógrafo Daniel Marquesini a se interessar pelo curso. Ele, que surfa há 20 anos, tem um site de fotografias especializado no assunto. - Acho que o curso vai ajudar a melhorar a minha empresa e vai me dar um novo olhar na hora de administrá-la - afirma o fotógrafo. Rico de Souza, ídolo e precursor do esporte nos anos 70, empresário e um dos coordenadores do curso de gestão de negócio da universidade Estácio de Sá, destaca que as pessoas vão entrar no mercado com vantagens. Ele, ao contrário, teve que vencer no ramo pelo feeling. - Na minha época não existia esse tipo de orientação. Nosso segmento é flutuante, eu tinha que atuar de acordo com a necessidade do mercado. Nos anos 70, abracei a fabricação de prancha. Em 80, veio a concorrência e entrei na fabricação de roupas. Nos anos 90, com a chegada das marcas estrangeiras no país, fui para o setor de serviços - lembra. Os cursos, que são reconhecidos pelo Ministério da Educação (MEC), terão a duração de dois anos e meio e serão ministrados por profissionais da área de administração e gestão, e ligados ao surfe. Saber surfar não é pré-requisito para fazer os cursos Calma, se você está louco para fazer a graduação, mas não tem a mínima noção de como se pega uma onda, fique tranqüilo. Não é preciso ser surfista para fazer os cursos. - Qualquer leigo no assunto pode fazer o curso. Ele não tem o objetivo de ensinar a pessoa surfar. Por isso, durante as aulas, os estudantes aprenderão tudo sobre o universo do esporte: termologia, nomenclatura das manobras, como funcionam os circuitos, etc - explica Maurício Serra, um dos professores do curso da Univalli. Tanto na Univalli, quanto na Estácio de Sá, haverá aulas em laboratórios, viagens técnicas para realização de estudos em empresas de mídia, em fábricas de equipamentos e em produção de circuitos. A praia também se transformará em sala de aula. - Na Estácio, os alunos visitarão a minha escola, vão simular a criação da sua própria empresa, a organização de uma escola de surfe e como se produz um grande evento - conta Rico de Sousa. Já na Univali, os estudantes farão duas viagens com despesas já inclúdas na mensalidade. Uma para São Paulo, onde visitarão veículos de comunicação especializados no assunto, e outra ao Rio, onde participarão da produção da etapa de um campeonato. - Os alunos aprenderão como conseguir patrocinadores, como é feita a divisão de categorias, critério de notas, vão observar os juízes e dar notas nas competições - esclarece Professor Michael Shpielman, diretor acadêmico do politécnico da Estácio de Sá. História do surfe, organização de eventos, oceanografia, mídias ligadas ao esporte, surfe gênero (o esporte trabalhado em várias faixas etárias) fazem parte do conteúdo programático das instituições. Veja as disciplinas abordadas na Estácio de Sá e na Univali.
FONTE: http://oglobo.globo.com/educacao/mat/2007/01/15/287423949.asp |